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CICATRIZES


Quando penso em cicatrizes, lembro de Harry Potter: o menino que sobreviveu, criação da escritora escocesa J. K. Rolling. É a famosa cicatriz em forma de raio em sua testa que evidencia que ele sobreviveu ao terrível ataque que matou seus pais. Ela também é uma das marcas características de Harry como seus óculos redondos e seus olhos verdes.


Assim como para Harry, as cicatrizes são marcas deixadas por situações nada agradáveis, que temos necessidade de esquecer por serem muito dolorosas. Há pessoas que convivem com cicatrizes terríveis que os impossibilitam até mesmo de sair na rua, causam vergonha e tristeza.


Para além dos casos mais graves, cicatrizes leves, de arranhões, queimaduras, por exemplo, não deveriam ser repudiadas. Elas são marcas que fazem parte de quem somos. Como se tatuássemos no corpo nossas experiências. Mas como escravos da beleza, aprendemos a ter vergonha delas, será que desde os tempos mais remotos da humanidade não é natural as pessoas conviverem com suas cicatrizes. Além disso, vivemos a cultura da felicidade, a dor precisa ser afastada a todo custo. Como se não fosse humano sofrer.


No mundo das celebridades, poucos resistem às cirurgias plásticas. A atriz Sandra Bullock tem uma cicatriz acima do olho. Segundo ela, as pessoas sempre perguntam por que ela não tira a cicatriz, “ela faz parte de sua história”, responde. Para os fãs mais atentos basta observar o filme “Velocidade Máxima” ou “28 dias” nos quais é possível vislumbrar em alguns momentos sua cicatriz.


Olho para meu joelho, lembra da quarta série? Olho para minha testa, lembra? Quando fui atropelada. Olho para meu rosto, lembra? adolescência. Olho para meu tornozelo, lembra do escapamento da moto? Quando morrer todas as minhas cicatrizes desaparecerá como todo o resto. Por enquanto, elas ficam.

Bruna Rios

Bruna Rios

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